sexta-feira, 26 de novembro de 2010

O "seu filho". Ou o "seu tinky-winky"?


Aqui neste buraco pela lua ensombrado, rejo-me por um código de conduta composto por um artigo: não dizer mal de crianças. Tudo o que tenha menos de, vá, 12 anos, não é abrangido pela crítica.

Mas digo mal de mães. Pode ser?

Lembrei-me disto ao ver a indignação da mãe Miss Glittering perante a rudeza de uma vendedora da Chicco. Miss G foi lá para comprar uma cadeirinha cheia de penduricalhos e coisas a que o miúdo não vai ligar nenhuma, mas enfim. O problema, que acabou por se revelar que não era bem o único, é que a dita vendedora se pôs a fazer considerações sobre o tratamento que Miss G dá ao seu filho. E o peso da criança!

Compreende-se a indignação da G. Uma empregada de balcão a opinar sobre a educação que dou ao meu filho?! Se o tiver e quando o tiver, também eu não vou gostar! Mas, quer dizer, Miss G está claramente a passar-se da tola. A mulher já nem está a ver bem a coisa e o instinto maternal anda a toldar-lhe o juízo. Porque reparem. Qual é o mal de uma pessoa se referir ao vosso filho como "o seu filho"? Expliquem-me por favor! Expliquem-me para eu continuar a acreditar na coerência desta merda toda. "O seu filho". Havia de lhe chamar o quê? O seu rebento? A sua cria? O seu bebé? O seu Tinky-winky?

Isto é uma coisa que me dá cabo da cabeça. É que sabem, mães do mundo, eu não sou obrigada a gostar dos vossos bebés. Eu não sou obrigada a fazer cutxi-cutxi quando os vejo. 99,9% das vezes não sinto vontade de fazê-lo. Muitas vezes despacho a coisa com um "aquele teu filho". E quando não é mesmo "aquele filho d'um cabrão"! Estamos entendidas?

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